Morre o ensaio de vida percorrido por um tempo veloz,
foge o vento de ser perseguido.
Está frio junto à praia,
como um glaciar que se impõe,
que obriga ao contorno ou à fuga.
Morrem lentamente as mãos que se dão
e escorre a vida pelos dedos
até à areia negra da noite.
Muito lentamente!
Morre o ensaio-trapézio
que de tanto pular,
por hoje se tropeçou e arruinou.
Mas o chão recebe-te, sempre acolhedor,
sempre frio, sempre parasita de alteridade.
É a queda que te faz sentir!
É o tombo que te acorda da morte em vida!
Morre o vigia da noite.
Tinha a lua por segurança
em todas as noites de Verão.
Hoje não brilhou, hoje não te abrigou.
Deitas-te, (en)cerras os olhos
e esqueces de onde vens
para onde vais…
Aqui... tão-somente aqui!
Morre o artista-arredio
eleva-se a sua obra!
(Troyka Manuel)
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