O meu Blog

O Blog "Verba Volant, Scripta Manent" foi criado no âmbito de um exercício académico. Desde então, e por forma a dar alguma continuidade à experiência iniciada na blogosfera, mantém o objectivo de partilhar alguns textos pessoais, bem como outros materiais literários do nosso interesse.

Todos os comentários, sugestões ou críticas serão sempre bem-vindos!

Porque as palavras faladas voam... e a palavra poética, tantas vezes, fala por si... e permanece... sempre!

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

"Entregentes"

Sós em caminho algum
que se defina ou se prescreva
Sós em rede alguma
que se desfaça ou se rasgue
Enlaçados no critério 
mais simples, mais verdadeiro
A veleidade pura
quente honesta
de nunca estarmos sós

(Troyka Manuel)


sábado, 11 de janeiro de 2014

Pretérito Presente

Eram asas pesadas graves contritas 
chãs de terra e por terra
ausência de luz num canto discreto
eram asas paradas cansadas 
bonança doente mareada
um voo raso que não chegou a levantar
Foram asas fechadas anquilosadas

São asas abertas um caminho em direcção
asas que descobrem asas outras
lustrosas de espelho-vento que sopra e agiganta
asas que se cansam e se fecham e se abrem
asas que reconhecem asas
abrigo-luz de um passo toque um fôlego
de outras tantas iguais que hoje se abraçam

Eram asas pesadas
Foram asas fechadas
São asas que cobrem e afagam
e em colos de penas se deixam deitar
(Troyka Manuel)

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

em contra-relógio
tique-taque tique taque
canso-me sem andar
corro para me cansar
tique-taque tique-taque
as badaladas retinem surdamente
góticas em quebranto

tique-taque tique-taque
sobreviverá ainda alguém?
conto o tempo
estou cá para ver

tique-tique-tiq-tiq-ti-ti-t-t-TAQUE!

domingo, 5 de janeiro de 2014

Hoje

Hoje o mundo parou para me ouvir
hoje o mundo hesitou
parou
no momento certo em que que me calava
Palavras proferidas do cansaço
da gasta presença de tanto desejar
Extenuada existência de tudo e de nada
Repugnante realidade de
(tantas vezes)
ser e existir

Cansaço!

Hoje o mundo parou para me ouvir
e eu nada tive para dizer
Perdi as palavras pela rua deserta
disse tudo às estrelas enfraquecidas
Chamaram gritaram para eu voltar
mas hoje
só por hoje
eu não consegui ouvir


Troyka Manuel