O meu Blog

O Blog "Verba Volant, Scripta Manent" foi criado no âmbito de um exercício académico. Desde então, e por forma a dar alguma continuidade à experiência iniciada na blogosfera, mantém o objectivo de partilhar alguns textos pessoais, bem como outros materiais literários do nosso interesse.

Todos os comentários, sugestões ou críticas serão sempre bem-vindos!

Porque as palavras faladas voam... e a palavra poética, tantas vezes, fala por si... e permanece... sempre!

domingo, 30 de março de 2014

o amarelado do tempo gasto
renova-se a cada passo
paredes rentes de horizontes
se multiplicam
(as prisões não são eternas
as armas cansam-se de apontar)

desfazem-se os grilhões
que nos toldam a vista e os braços
se hoje é o dia acorrentado
amanhã será o dia dos primeiros passos

(Troyka Manuel)

quarta-feira, 26 de março de 2014

Horologium (do Latim = Relógio)

já me perdi em cendradas amarras
já me perdi em becos-atalhos
hoje parto 
descalço de mim,
caminhando para ti

já me perdi em tácitas palavras
já me perdi em quiméricas torres
hoje parto 
esquecido de mim,
embarcando para ti

(Troyka Manuel) 

segunda-feira, 24 de março de 2014

Amanhecer

Acorda a vida!
Acorda para a vida!
Há em ti o cansaço e a estiva,
o sono e o sonho,
o erro e a correcção.

Acorda a vida!
Acorda para a vida!
Descobre as botas esquecidas,
põe-te ao caminho!
Desarruma a sala
e perde-te em todos os cantos,
preenche o vazio invernal!

Raspa a lama ressequida,
sabor-passado,
e estende a tua pele ao Sol!


(Troyka Manuel)

domingo, 23 de março de 2014

Seguimos por mares
ondulados e inquietos,
serras paradas,
ruas estreitas
e outras vielas.
Na névoa imberbe, a tua mão!
E eu, sem saber,
estremeci…


(Troyka Manuel)


sexta-feira, 21 de março de 2014

Porque há dias assim... Porque sim... E porque faz sentido:


Calam-se as vozes trémulas 
do rosto inanimado,
voltam costas às aguas pequenas,
ao chão frémito, ondulado, gasto.

Lá longe, ruma ele encantado,
- lá vai ele, o estulto feliz! -
saltando, fazendo piruetas,
criança que encontrou um tesouro.
Inocente. Crente. Para sempre.
(Troyka Manuel)

terça-feira, 11 de março de 2014

Somos dois abismos - um poço fitando o Céu.

("Livro do Desassossego" por Bernardo Soares)

)

sábado, 8 de março de 2014

Repara!
A noite não é tão escura quanto parecia.
Encontrámos um rio, uma torrente,
(mesmo que passageira seja)
uma torrente cálida,
a vontade de nos acontecermos outra vez.


(Troyka Manuel)

terça-feira, 4 de março de 2014

Evocadas distâncias


E eu perco-te assim
Passo a passo,
no devaneio de uma vida
que nos escalda e arremessa,
no turbilhão dos sentidos
e da maresia.

Perco-te
sem nada fazer...

(Troyka Manuel)